Um inquérito parlamentar sobre traumas de nascimento está apelando à elaboração de um plano nacional para melhorar os cuidados de maternidade, após concluir que bons cuidados são “a exceção e não a regra”.
O relatório, liderado pela deputada conservadora Theo Clarke e pela deputada trabalhista Rosie Duffield, expôs histórias angustiantes de mães que foram negligenciadas, deixadas deitadas em seu próprio sangue e urina, além de terem suas preocupações sobre a saúde de seus bebês ignoradas, resultando, em alguns casos, em morte.
De acordo com o relatório, os maus cuidados são frequentemente tolerados como normais, e as mulheres são tratadas como um incômodo. Uma das recomendações incluídas é a criação de um comissário de maternidade subordinado ao Primeiro-Ministro.
A deputada Clarke afirmou que o testemunho “horrível” iluminou a necessidade de melhorias nos serviços de maternidade. Ela destacou as discrepâncias geográficas nos cuidados, ressaltando que a qualidade do atendimento pode variar dependendo da região, o que não pode ser aceitável.
Uma pesquisa da instituição de caridade Birth Trauma Association revelou que cerca de 4-5% das mulheres sofrem de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) após o parto no Reino Unido. A executiva-chefe do NHS England, Amanda Pritchard, afirmou que as experiências das mulheres não eram adequadas.
A secretária de Saúde, Victoria Atkins, está determinada a melhorar a qualidade e a consistência dos cuidados fornecidos às mulheres durante a gravidez e o parto. Ela compartilhou sua própria experiência sombria no NHS após o parto como paciente com diabetes tipo 1. Atkins expressou a intenção de reformar o sistema de cuidados de saúde para torná-lo mais eficiente e justo para todas as mulheres.
A ministra da saúde da mulher, Maria Caulfield, pediu desculpas às mulheres afetadas por traumas de parto em resposta às conclusões do inquérito parlamentar. Ela reconheceu que os serviços de maternidade não estavam atendendo às expectativas e destacou a diminuição nas taxas de mortes neonatais e nados-mortos após implementação de medidas adequadas. Caulfield enfatizou ainda que as ações implementadas estão surtindo efeito positivo e mencionou a influência da Covid-19 nos resultados para mães grávidas e bebês. Comparando com o serviço de saúde no País de Gales, gerido pelos trabalhistas, ela ressaltou que as medidas adotadas no Reino Unido estão apresentando resultados superiores.