Os pacientes estão sendo submetidos a condições desumanas nos hospitais do NHS, conforme revelações chocantes feitas por funcionários do serviço de saúde do Reino Unido. Enfermeiras estão sendo forçadas a adotar práticas arriscadas, como sobrecarregar enfermarias já lotadas com mais pacientes do que podem acomodar de forma adequada.
Os relatos de enfermeiras entregues ao Royal College of Nursing e analisados pelo jornal The Independent expõem uma realidade preocupante, na qual os pacientes são deixados sem acesso a oxigênio, realizam exames íntimos em condições constrangedoras na presença de outros pacientes e são deixados para morrer nos corredores dos hospitais.
A enfermeira-chefe adjunta do RCN, Lynn Woolsey, destacou a gravidade da situação ao relatar casos de pacientes sendo acomodados em leitos não designados, máquinas de venda automática sendo removidas do pronto-socorro para dar espaço aos pacientes e até mesmo pacientes sendo solicitados a ficar de costas enquanto um exame retal é realizado no mesmo espaço compartilhado com outro paciente.
Em meio à crescente crise nos serviços de emergência e tempo de espera por atendimento médico, os funcionários dos hospitais estão sobrecarregados e sob pressão constante para liberar espaço, transferindo pacientes para áreas inadequadas e lotadas. Enfermeiras relatam que não há pessoal suficiente para atender às necessidades dos pacientes, resultando em condições desumanas e desrespeitosas.
Os relatos alarmantes incluem pacientes sendo colocados em carrinhos, cadeiras e até mesmo no chão dos corredores, sem a devida assistência e cuidado. Uma enfermeira desabafou ao descrever a experiência angustiante de lidar com um grande número de pacientes sobrecarregados, sem condições adequadas de atendimento e apoio.
A situação é tão preocupante que muitas enfermeiras afirmam preferir lidar com os desafios e restrições impostas pela pandemia de Covid-19 do que enfrentar a realidade perigosa e caótica dos hospitais sobrecarregados. A falta de recursos, espaço e pessoal adequado está levando a um colapso nos serviços de saúde, colocando em risco a vida e a dignidade dos pacientes.
O Royal College of Nursing está fazendo um apelo urgente às autoridades para realizar uma investigação e implementar medidas emergenciais para conter a crise humanitária nos hospitais do Reino Unido. A falta de leitos, a superlotação nas enfermarias e a negligência no atendimento estão comprometendo a qualidade do cuidado prestado aos pacientes e colocando em risco a segurança e o bem-estar de todos.
A conferência anual do RCN destaca a gravidade da situação, com a secretária-geral interina, Professora Nicola Ranger, declarando uma “emergência nacional” devido às condições precárias e inaceitáveis enfrentadas pelos profissionais de saúde e pacientes. A superlotação nos hospitais é um reflexo das pressões crescentes enfrentadas pelo NHS, com alta demanda por serviços de saúde, falta de capacidade de atendimento e atrasos na alta hospitalar contribuindo para a crise em curso.
A pesquisa realizada com profissionais de enfermagem revelou que quase dois em cada cinco entrevistados relataram prestar cuidados em áreas inapropriadas, como corredores e espaços improvisados. A falta de privacidade e dignidade dos pacientes é uma preocupação recorrente, destacando a urgência de medidas para melhorar as condições de atendimento e garantir o respeito aos direitos fundamentais dos indivíduos.
A vice-presidente executiva da NHS Providers, Saffron Cordery, ressaltou a gravidade da situação, enfatizando que nenhum líder de saúde deseja ver pacientes sendo tratados em condições precárias e desumanas. É fundamental que medidas eficazes sejam tomadas para melhorar a capacidade de atendimento, garantir a qualidade do cuidado prestado e preservar a dignidade e integridade dos pacientes.
Em resumo, a crise nos hospitais do NHS é uma questão urgente e que requer ação imediata por parte das autoridades de saúde e do governo. Os relatos chocantes de enfermeiras e profissionais de saúde evidenciam a gravidade da situação e a necessidade de medidas urgentes para proteger a vida e a dignidade dos pacientes. A superlotação, falta de recursos e condições precárias de atendimento são questões que não podem mais ser ignoradas, exigindo soluções imediatas e eficazes para garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos.