Embora o Brexit tenha sido votado há oito anos, ainda é considerado uma das principais razões para o declínio dos serviços públicos no Reino Unido, de acordo com uma nova pesquisa. A pesquisa da Ipsos constatou que três em cada quatro britânicos acreditam que os serviços pioraram desde as últimas eleições gerais em 2019, com um terço atribuindo o declínio ao Brexit, mais do que à pandemia de Covid-19.
Gideon Skinner, chefe de pesquisa política da Ipsos, explicou que as políticas implementadas pelo governo, o aumento dos custos e a má gestão foram citados como as principais razões para o agravamento dos serviços públicos. Além disso, o Brexit, a pandemia de Covid-19 e a escassez de pessoal foram vistos como fatores contribuintes para essa situação.
As políticas governamentais foram apontadas como as principais culpadas pela deterioração dos serviços públicos em geral, com 45% dos entrevistados atribuindo a responsabilidade a elas. Enquanto isso, quatro em cada dez pessoas culparam as pressões de custos da inflação e a má gestão. Para eleitores trabalhistas e liberais democratas, o Brexit foi visto como a segunda principal causa do declínio nos serviços públicos.
O líder liberal-democrata, Ed Davey, anunciou sua intenção de pressionar para que a Grã-Bretanha volte ao mercado único europeu e, eventualmente, à União Europeia, em uma reversão do Brexit. Por outro lado, eleitores trabalhistas são mais propensos a perceber um declínio nos serviços públicos nos últimos cinco anos, com 86% deles expressando essa opinião, embora três em cada quatro eleitores conservadores também enxerguem esse declínio.
Uma pesquisa recente da Ipsos entrevistou 5.875 indivíduos em toda a Grã-Bretanha e descobriu que a satisfação com os serviços públicos diminuiu nos últimos três anos, o que pode influenciar o voto nas próximas eleições. Os hospitais do NHS foram apontados como os mais insatisfatórios desde 2021, seguidos pelos médicos de família e pelas empresas ferroviárias. A insatisfação com a manutenção e reparação de estradas também foi alta, com 82% dos entrevistados expressando insatisfação.
Além disso, metade do público está insatisfeito com seus conselhos locais, um número que dobrou em relação a 2021. Apenas 1 em cada 5 entrevistados está satisfeito com a administração do conselho local, em comparação com 40% em 2021 e 50% em 2000. A satisfação entre as pessoas que utilizam habitação social também caiu significativamente ao longo do tempo.
Os dados mostram que a satisfação com o ensino mais jovem também está em declínio, com a satisfação líquida com creches e escolas primárias diminuindo 24% desde 2021. O número de professores nas creches e nas escolas primárias permaneceu praticamente inalterado desde 2016, de acordo com as estatísticas nacionais.
Em resumo, as preocupações com financiamento, pessoal, disponibilidade, velocidade e facilidade de acesso aos serviços, responsabilização e qualidade mínima em todo o país são prioridades para o público. Esses aspectos refletem a insatisfação geral com os serviços públicos e podem influenciar as escolhas eleitorais no futuro.