Uma combinação de dois medicamentos imunoterápicos está oferecendo nova esperança para pacientes com câncer colorretal metastático estável por microssatélites (MSS mCRC), a forma mais comum desse tipo de câncer. Os medicamentos, botensilimabe e balstilimabe, mostraram eficácia em diminuir ou manter tumores estáveis em três em cada cinco pacientes, de acordo com pesquisadores da Universidade Anglia Ruskin.
Essa abordagem terapêutica é descrita como potencialmente revolucionária e os pesquisadores esperam que autoridades regulatórias do Reino Unido aprovem sua utilização rapidamente. O estudo acompanhou 101 pacientes nos EUA diagnosticados com câncer colorretal, com resultados promissores após seis meses de tratamento.
Os efeitos colaterais mais comuns foram diarréia e fadiga. Até o momento, a imunoterapia tinha demonstrado eficácia apenas em pacientes com tumores com deficiência de reparação de incompatibilidade específica (dMMR), uma forma mais rara de câncer colorretal. No entanto, esses resultados indicam progresso significativo no tratamento do câncer colorretal em todas as suas formas.
O professor Justin Stebbing, da Universidade Anglia Ruskin, ressaltou a importância desses resultados, destacando que a imunoterapia pode ser eficaz contra todos os tipos de tumores colorretais, o que representa uma mudança de paradigma no tratamento desse tipo de câncer. A pesquisadora Lisa Wilde, do Bowel Cancer UK, também enfatizou o potencial emocionante desses resultados para ampliar as opções de tratamento para pacientes com câncer colorretal.
O estudo, publicado na revista Nature Medicine, abre caminho para ensaios clínicos mais avançados e para a possível aprovação da terapia nos Estados Unidos e no Reino Unido. A pesquisadora Andrea Bullock, do Beth Israel Deaconess Medical Center, nos EUA, ressaltou a importância dessa descoberta para pacientes com câncer colorretal metastático estável por microssatélites.
Esses avanços na terapia imunoterápica representam uma esperança renovada para os pacientes com câncer colorretal, especialmente aqueles cujo câncer era resistente aos tratamentos convencionais. A comunidade científica está otimista em relação ao potencial desses medicamentos e aguarda com expectativa os próximos passos para a aprovação e aplicação dessas terapias inovadoras.