Um grupo hospitalar privado que enfrenta um escândalo devido a problemas assistenciais descobertos recentemente está passando por uma crise financeira severa que ameaça sua capacidade de continuar pagando por suprimentos, medicamentos e pessoal. O Active Care Group, que fornece camas hospitalares e cuidados a centenas de pacientes do NHS e de cuidados sociais, alertou que poderia parar de cuidar das pessoas se não garantissem novos empréstimos com urgência.
O CEO do grupo enviou um aviso dramático aos bancos ao tentar obter um empréstimo para cobrir uma dívida de mais de 100 milhões de libras. Este grupo hospitalar privado esteve no centro de um escândalo assistencial descoberto por O Independente no ano passado, o que resultou no fechamento de um de seus hospitais de saúde mental infantil.
Relatórios detalhados mostraram alegações de “abuso sistêmico” de pacientes e denúncias de falta de pessoal para manter a segurança dos pacientes. Apesar da crise financeira, foram propostos bônus significativos para quatro diretores no valor total de £1 milhão, conforme revelado em e-mails. Ativistas pediram regulamentações financeiras mais rígidas para esses prestadores privados que oferecem serviços ao NHS.
O Active Care Group enfrentou dívidas de mais de £100 milhões este ano e esteve em negociações de crise com seus credores nos últimos meses. Num e-mail recente, o CEO alertou que a empresa estava à beira de um “declínio terminal irreversível” se não conseguisse novos termos de empréstimo.
Apesar desses desafios financeiros, o grupo conseguiu um novo acordo de financiamento com o Sequoia Economic Infrastructure Income Fund Limited. A organização enfatizou que a continuidade dos cuidados aos pacientes não está em risco e que continuará a oferecer serviços de alta qualidade.
As revelações sobre a situação financeira tumultuada do grupo levaram especialistas a pedir uma regulamentação mais rigorosa dos hospitais privados utilizados pelo NHS e na assistência social. O debate sobre apropriação de capital privado para esses serviços essenciais foi levantado, e a necessidade de maior supervisão dessas empresas foi destacada.
Denúncias anteriores e investigações em hospitais associados ao grupo revelaram questões de falta de pessoal e abuso sistêmico de pacientes. Um escritório de advocacia já está processando várias reclamações de negligência clínica contra o grupo.
O Departamento de Saúde e Assistência Social enfatizou a importância de garantir a segurança dos pacientes durante essas crises financeiras nas instituições de saúde privadas. Os partidos políticos também foram convidados a se manifestar sobre a situação do grupo hospitalar.
Essas questões destacam a importância de uma supervisão mais rigorosa e de uma melhor governança para garantir que a qualidade dos serviços de saúde seja mantida, independentemente da propriedade. É essencial que as autoridades e os reguladores estejam atentos a situações como essa e ajam em prol do bem-estar dos pacientes e da integridade dos sistemas de saúde.