Estreptococo do grupo B: A urgência da conscientização e da testagem durante a gravidez

O estreptococo do grupo B (EGB) é uma bactéria que, embora frequentemente inofensiva para adultos saudáveis, pode representar uma grave ameaça para recém-nascidos. Sua presença frequentemente passa despercebida durante a gravidez, já que muitos pais desconhecem os riscos e a possibilidade de testagem. Este artigo explora a importância da conscientização sobre o EGB, as experiências de mães que enfrentaram complicações devido a essa condição e as recomendações de especialistas em saúde.

O que é o estreptococo do grupo B?

O estreptococo do grupo B é uma bactéria que habita o trato gastrointestinal e urogenital de muitas pessoas, especialmente mulheres grávidas. Embora a maioria das mulheres não apresente sintomas, a bactéria pode ser transmitida ao bebê durante o parto. Nas primeiras semanas de vida, essa transmissão pode resultar em infecções graves, como meningite, pneumonia e sepse, que podem levar a consequências fatais.

Fatos importantes sobre o EGB:

• Prevalência: Estima-se que 20 a 40% das mulheres grávidas sejam portadoras dessa bactéria.
• Sintomas em recém-nascidos: Os sinais de infecção por estreptococo do grupo B incluem dificuldade para respirar, febre, letargia, e mudanças de cor da pele.
• Tratamento: Infecções podem ser tratadas com antibióticos, mas a detecção precoce é essencial.

O relato de Toni Alonzo-Grazier

A experiência de Toni Alonzo-Grazier com o EGB ilustra a gravidade da falta de conscientização. A mãe de três filhos, que deu à luz Leon, foi surpreendida ao descobrir que seu recém-nascido estava infectado. Toni não tinha recebido informações suficientes sobre os riscos do EGB durante a gravidez e ficou alarmada quando os médicos diagnosticaram seu filho com a bactéria.

“Entrei em pânico quando disseram sepse. Eu estava pesquisando ‘o que é estreptococo do grupo B?’ Este é meu terceiro filho e eu nunca tinha ouvido falar disso”, compartilha ela. Leon passou a primeira semana de vida em uma unidade de terapia intensiva neonatal e, mesmo após receber alta, foi readmitido devido a uma reinfecção.

Os sinais de alerta do EGB

Diante da possibilidade de infecção pelo estreptococo do grupo B, é fundamental que mães e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais. Os sintomas podem incluir:

• Respiração rápida ou anormal.
• Alterações na temperatura corporal (quente ou fria ao toque).
• Letargia ou dificuldade em acordar.
• Mudanças na cor da pele (palidez ou cianose).

Caso uma mãe observe esses sinais, é essencial buscar atendimento médico imediatamente.

O impacto mental na saúde das mães

As experiências traumatizantes, como a de Toni, podem ter impactos duradouros na saúde mental das mães. O despreparo para lidar com a situação e a angústia de ter um filho em estado crítico podem levar a problemas como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). É crucial que as mães que passaram por essas experiências tenham acesso ao suporte psicológico adequado.

A importância dos testes para o estreptococo do grupo B

Atualmente, a testagem para o estreptococo do grupo B não é rotineiramente oferecida pelo Sistema Nacional de Saúde (NHS) no Reino Unido. Embora testes para a bactéria sejam acessíveis em planos de saúde privados, a maioria das mulheres não está ciente disso. Uma pesquisa recente revelou que cerca de 90% das mães novas ou grávidas acreditam que testes para o EGB deveriam ser oferecidos pelo NHS.

Por que a testagem deve ser uma prioridade:

• Detecção precoce: Testar durante a gravidez pode permitir intervenções oportunas que salvam vidas.
• Conscientização: Informar as mulheres sobre o EGB pode prevenir infecções em bebês e promover um melhor entendimento sobre a condição.
• Política pública: Advocacia para que o EGB se torne uma doença notificável ajudará a coletar dados que podem resultar em melhores práticas de saúde.

O apelo de Toni Alonzo-Grazier

Toni está agora pedindo que todos os profissionais de saúde considerem a importância da testagem do estreptococo do grupo B como parte do pré-natal. Ela ressaltou: “É preciso haver mais conscientização sobre o estreptococo do grupo B. As mulheres devem saber, especialmente porque pode colocar a vida do seu bebê em risco.”

Suas palavras ecoam o sentimento de muitas outras mães, que se sentem desinformadas e inseguros quanto aos riscos e prevenção de infecções severas em seus bebês.

Considerações finais

O estreptococo do grupo B não é apenas uma estatística; é a principal causa de infecção grave em recém-nascidos. Com a falta de testes acessíveis, muitos bebês correm o risco de complicações sérias, algumas das quais podem ser evitadas com intervenções apropriadas e oportunas.

Portanto, um chamado à ação é necessário. Não apenas por parte de profissionais de saúde, mas também da sociedade como um todo, para garantir que as informações sobre o EGB sejam difundidas amplamente, que a testagem se torne uma prática comum e que as vidas de recém-nascidos possam ser salvas.

Imagens

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Se você está grávida ou conhece alguém que está, converse com seu médico sobre a possibilidade de testar o estreptococo do grupo B. A conscientização e a informação podem fazer toda a diferença na saúde do seu bebê.