Cientistas desenvolveram uma nova bateria que pode ser carregada em minutos e durar mais do que as tecnologias atuais.
A equipe de pesquisa por trás do novo design, baseada na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS) da Universidade de Harvard, nos EUA, afirma que sua célula de estado sólido poderia revolucionar carros elétricos e smartphones, aumentando significativamente seu alcance e capacidade e, ao mesmo tempo, reduzindo o tempo de carregamento.
“As baterias de ânodo de metal de lítio são consideradas o Santo Graal das baterias porque têm 10 vezes a capacidade dos ânodos de grafite comerciais e podem aumentar drasticamente a distância de condução dos veículos elétricos”, disse Xin Li, professor associado de ciência dos materiais no SEAS.
“Nossa pesquisa é um passo importante em direção a baterias de estado sólido mais práticas para aplicações industriais e comerciais.”
A sua investigação centrou-se em baterias de ânodo metálico de lítio, que têm capacidades muito superiores, mas que até agora se revelaram demasiado instáveis para utilização prática.
Carregar esse tipo de bateria pode causar curto-circuito ou até mesmo incêndio devido a um processo denominado galvanização. A equipe conseguiu superar esse problema usando partículas de silício de tamanho micrométrico colocadas no ânodo da bateria.
“Em nosso projeto, o metal de lítio envolve a partícula de silício, como uma casca dura de chocolate em torno de um núcleo de avelã em uma trufa de chocolate”, disse o professor Li.
Os pesquisadores demonstraram o projeto usando uma versão da bateria do tamanho de um selo postal que foi capaz de reter 80% de sua capacidade após 6.000 ciclos – superando o desempenho de outras baterias de estado sólido no mercado atualmente.
Desde a descoberta, o professor Li e a sua equipe licenciaram a tecnologia através de uma empresa spin-off de Harvard chamada Adden Energy, na esperança de a comercializar.
Um papel detalhando a pesquisa, intitulada ‘Ciclagem rápida de metal de lítio em baterias de estado sólido por materiais anódicos suscetíveis à constrição’, foi publicada na revista científica Materiais da Natureza essa semana.