Cientistas encontraram uma galáxia quase invisível que desafia nossa compreensão do universo.
O conjunto de estrelas é tão escuro que os astrônomos não perceberam em observações anteriores da mesma parte do espaço. Mas a galáxia quase indetectável foi agora avistada por cientistas que não conseguem explicar como chegou lá.
“Com nosso conhecimento atual não compreendemos como pode existir uma galáxia com características tão extremas”, disse Mireia Montes, autora de um novo estudo que relata a descoberta.
A galáxia é incrivelmente fraca – dez vezes mais tênue do que outros objetos do seu tipo – mas também se estende por dez vezes o espaço em comparação com galáxias com a mesma quantidade de estrelas.
Seu nome “Nube” vem da palavra espanhola para nuvem, e foi batizado pelo filho de um dos astrônomos que o descobriu, em reconhecimento à sua composição enorme, mas pouco espalhada.
Foi descoberto por Ignacio Trujillo, um dos outros autores do artigo, que tem usado imagens do Sloan Digital Sky Survey para examinar uma parte específica do céu. Num desses exames, apareceu uma tênue mancha de luz que intrigou os cientistas envolvidos.
Os cientistas usaram então outras imagens para confirmar que a mancha de luz não era um erro, mas um objeto real no espaço.
Mesmo assim, muito sobre o objeto permanece desconhecido. É tão tênue que é difícil saber a que distância está, por exemplo, embora os cientistas acreditem que esteja a cerca de 300 milhões de anos-luz de nós.
Além de misteriosa, a galáxia Nube já desafia nossa compreensão do cosmos. Normalmente, as galáxias tendem a ter maior densidade de estrelas em suas regiões internas, diminuindo rapidamente à medida que se afastam do centro – mas a galáxia recém-descoberta não mostra esse efeito e é muito mais constante.
Isso não se enquadra na compreensão existente da cosmologia, e as simulações não são capazes de minimizar os extremos. Ficamos sem uma explicação viável dentro do modelo cosmológico atualmente aceito, o da matéria escura fria”, disse Montes.