O próximo período de alta atividade do Sol poderá ajudar a explicar alguns dos seus segredos, esperam os cientistas.
As observações feitas durante o iminente “máximo solar” – a parte do ciclo de 11 anos do Sol em que este tem maior energia – podem explicar alguns dos mistérios da nossa estrela, esperam os cientistas.
O Sol está emitindo raios gama, a forma de luz mais energética, muito mais do que os cientistas alguma vez esperaram. Embora estejamos protegidos desses raios pela atmosfera da Terra, há um intenso fluxo de emissões energéticas provenientes da nossa estrela.
Num novo estudo, os cientistas esperavam compreender melhor esses raios gama. Eles compactaram quatorze anos de vídeos do Sol, vistos em raios gama, para que pudessem ser visualizados na esperança de entender de onde vêm.
Os cientistas esperavam que a ferramenta mostrasse que os fótons de alta energia estavam espalhados uniformemente pelo Sol. Mas, em vez disso, deixou claro que o disco solar era mais energético nas suas regiões polares.
Esta tendência inesperada foi mais clara quando o Sol estava no seu máximo solar, como pode ser visto nos dados de junho de 2014. O máximo solar irá voltar em breve – levando os cientistas a esperar que mais observações realizadas desta vez possam fornecer mais informações sobre o Sol.
Embora os cientistas tenham conseguido ver a partir dos dados que o período ativo ocorreu durante o máximo, eles ainda não sabem por que existe essa assimetria.
“Encontramos resultados que desafiam a nossa compreensão atual do Sol e do seu ambiente”, disse Elena Orlando, da Universidade de Trieste, INFN e da Universidade de Stanford, e coautora deste estudo, num comunicado. “Demonstramos uma forte correlação da assimetria na emissão de raios gama solares em coincidência com a inversão do campo magnético solar, o que revelou uma possível ligação entre a astronomia solar, a física de partículas e a física do plasma.”
Os investigadores acreditam que os raios gama do Sol podem estar ligados às suas erupções solares e ejeções de massa coronal, bem como às mudanças associadas na sua configuração magnética. Compreendê-los melhor poderia ajudar a melhorar os modelos físicos usados para prever o quão ativo o Sol é – que por sua vez são úteis para previsões meteorológicas espaciais.
Essas previsões são vitais para proteger os instrumentos que atualmente flutuam no espaço. Os cientistas temem que, se a atividade do Sol se tornar suficientemente energética, poderá causar danos substanciais à tecnologia na Terra, como aconteceu no passado.
O trabalho é descrito em um novo artigo, ‘Yet Another Sunshine Mystery: Unexpected Asymmetry in GeV Emission from the Solar Disk’, publicado em O Jornal Astrofísico.