Os cientistas descobriram uma galáxia “morta” que é mais antiga do que qualquer outra já encontrada. Este novo aglomerado de estrelas já estava sem vida quando o universo estava em seus primórdios, cerca de 13,1 bilhões de anos atrás, o que significa que ele se extinguiu quando o cosmos tinha apenas 5% de sua idade atual.
Embora os cientistas já tenham encontrado galáxias semelhantes “mortas” anteriormente, esta é a mais antiga de todas, com 500 milhões de anos a mais do que as outras. Essa descoberta surpreendeu os pesquisadores de Cambridge responsáveis pelo estudo publicado na revista Nature.
A galáxia em questão é relativamente pequena, com uma estimativa de entre 100 milhões e um bilhão de estrelas, o que a coloca em uma categoria semelhante à da galáxia anã da Pequena Nuvem de Magalhães, próxima à nossa Via Láctea. No entanto, diferente da Pequena Nuvem de Magalhães, essa galáxia antiga já não está mais formando novas estrelas.
Quando uma galáxia para de produzir novas estrelas, ela se torna um verdadeiro cemitério estelar. As estrelas existentes continuam a morrer, sem serem substituídas por novas, o que gradualmente transforma a galáxia em um espetáculo de cores que vão do azul ao amarelo e ao vermelho, indicando a evolução das estrelas presentes.
Os pesquisadores estimam que essa galáxia passou por um período intenso de formação estelar que durou de 30 a 90 milhões de anos e, em seguida, parou completamente. Eles levantam a hipótese de que essa parada brusca na formação de estrelas pode ter sido causada pela presença de um buraco negro supermassivo no centro da galáxia ou pelo fenômeno conhecido como “feedback”, onde explosões de energia provenientes de estrelas recém-formadas empurram para fora da galáxia o gás necessário para a formação de novas estrelas.
O telescópio Webb da NASA, que é capaz de observar distâncias ainda maiores do que o Telescópio Espacial Hubble, foi fundamental para essa descoberta. Os astrônomos puderam observar essa galáxia “morta” em um determinado momento, mas não descartam a possibilidade de que ela possa ter retomado a formação estelar posteriormente.
O destino final dessa galáxia ainda é incerto, pois pode depender do mecanismo que causou a interrupção na formação de estrelas. Ela pode sofrer um processo de “rejuvenescimento” se conseguir encontrar gás fresco para dar origem a novas estrelas. A saga dessa galáxia antiga continua sendo um mistério intrigante para os cientistas.