Um navio de carga equipado com velas de alta tecnologia conseguiu economizar até 11 toneladas de combustível por dia, de acordo com os resultados de um teste de seis meses da tecnologia.
O navio Pyxis Ocean, de propriedade da montadora japonesa Mitsubishi, foi reformado com duas velas WindWings em agosto de 2023 e desde então navegou pelos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.
“Em condições de navegação quase ideais, durante uma viagem em mar aberto, o Pyxis Ocean conseguiu uma economia de combustível de 11 toneladas por dia”, disse John Cooper, executivo-chefe da BAR Technologies, empresa que desenvolveu as velas.
“Apesar do Pyxis Ocean possuir duas WindWings, prevemos que a maioria dos navios Kamsarmax terá três velas, aumentando ainda mais a economia de combustível e a redução de emissões em 1,5 vezes.”
Essas grandes economias de combustível – que totalizam milhares de toneladas por ano – podem levar a metade dos novos navios a terem propulsão eólica até 2025, de acordo com Cooper.
As velas WindWings têm 37,5 metros de altura, ultrapassando a ponte do Pyxis Ocean, mas ocupando apenas um espaço relativamente pequeno nos porões de carga do navio.
A operação das velas é totalmente automatizada, o que significa que a tripulação só precisa içá-las ou abaixá-las para aproveitar a potência adicional.
Em 2023, a Organização Marítima Internacional (IMO) adotou uma estratégia para reduzir as emissões de carbono da indústria naval – que são responsáveis por cerca de 2,1% das emissões globais de CO2 – em pelo menos 40% até 2030.
Parte dessa estratégia envolve aumentar o número de tecnologias com emissões zero ou quase nulas, para que representem 10% da energia utilizada pelo transporte marítimo internacional até o final da década.
Segundo a Cargill, uma empresa de navegação dos EUA que fretou o Pyxis Ocean durante os testes, as WindWings poderiam ser peças fundamentais para atingir essas metas.
“Estamos encorajados pelos resultados e aprendemos muito sobre a implementação da propulsão assistida pelo vento em navios graneleiros”, disse Jan Dieleman, presidente do negócio de Transporte Oceânico da Cargill, que revelou que mais de 250 portos foram consultados para acomodar o próximo navio da nova geração.
“Acreditamos que as tecnologias que aproveitam o vento podem ser uma forma importante e econômica de alcançar nossos objetivos de descarbonização a curto, médio e longo prazo.”