Os zangões priorizam obter o máximo de calorias possível no menor tempo possível, sugere uma nova pesquisa.
De acordo com as descobertas, os insetos compensam o tempo que passam coletando néctar pelo conteúdo energético desse néctar.
Os zangões mais comuns no Reino Unido, Bombus terrestris, procuram néctar de difícil acesso – mas apenas se o teor de açúcar desse néctar fizer com que valha a pena fazê-lo.
Esta abordagem contrasta com a procura de alimento pelas abelhas – as abelhas tomam as suas decisões otimizando o seu gasto energético individual para qualquer néctar que recolham, dizem os investigadores.
Esta abordagem mais ponderada deverá prolongar a vida útil das abelhas.
Jonathan Pattrick, primeiro autor do relatório, que iniciou a pesquisa enquanto trabalhava no Departamento de Ciências Vegetais da Universidade de Cambridge, disse: “Enquanto se alimentam, as abelhas tomam decisões sobre quais fontes de néctar darão o maior retorno energético imediato, em vez de do que otimizar a eficiência energética de seu forrageamento.”
Agora baseado na Universidade de Oxford, ele acrescentou: “Nossos resultados nos permitem fazer previsões sobre os tipos de flores que as abelhas provavelmente visitarão, o que poderia informar a escolha de quais flores plantar nas margens do campo para apoiar esses importantes polinizadores.
“Também é relevante para os criadores de culturas que desejam produzir variedades que sejam ‘melhores’ para os abelhões.”
Ao longo de seis meses, foram feitas 60 mil observações comportamentais dos abelhões, permitindo aos investigadores estimar a energia que utilizavam enquanto procuravam alimentos.
Os pesquisadores observaram cada abelha do estudo por até oito horas por dia, sem fazer pausa.
O estudo utilizou flores artificiais orientadas vertical e horizontalmente, superfícies escorregadias que eram difíceis de agarrar pelos zangões.
Um programa de computador personalizado foi usado para medir o tempo em frações de segundo enquanto os zangões voavam entre as flores artificiais e se alimentavam delas.
Os pesquisadores rastrearam quanta energia as criaturas gastavam voando, bem como quanta energia coletavam quando bebiam.
Eles também identificaram se as abelhas decidiram gastar mais tempo e energia coletando néctar com alto teor de açúcar de flores escorregadias ou optaram pela opção mais fácil de coletar néctar com baixo teor de açúcar de flores onde pudessem pousar.
Dr. Hamish Symington, do Departamento de Ciências Vegetais da Universidade de Cambridge e primeiro autor do relatório, disse: “É incrível que, mesmo com um cérebro menor que uma semente de gergelim, os zangões possam tomar decisões tão complexas”.
Ele acrescentou: “É claro que a coleta de abelhas não se baseia na simples ideia de que ‘quanto mais açúcar houver no néctar, melhor’ – é muito mais sutil do que isso.
“E destaca que ainda há muito a aprender sobre o comportamento dos insetos.”
Os zangões individuais foram submetidos a um de três testes.
No primeiro teste, o néctar das flores artificiais verticais e horizontais continha a mesma quantidade de açúcar.
Os zangões fizeram a escolha óbvia de procurar alimentos nas flores horizontais, em vez de gastar tempo e energia extras pairando nas flores verticais.
No segundo teste, o néctar das flores verticais era muito mais açucarado do que o néctar das flores horizontais.
Aqui as abelhas optaram por beber quase exclusivamente das flores verticais.
No terceiro teste, as flores verticais ofereceram néctar apenas um pouco mais açucarado que as flores horizontais.
Nesta situação, os zangões tiveram de fazer um equilíbrio entre o tempo e a energia que gastavam à procura de comida e a energia do néctar que bebiam – e passaram a alimentar-se das flores horizontais.
De acordo com as descobertas, os zangões podem optar por gastar tempo e energia adicionais em busca de fontes de néctar de difícil acesso – mas apenas se a recompensa valer a pena.
Os zangões descarregam o néctar das flores – por regurgitação – para uso de outras pessoas no ninho.
Ao contrário das abelhas, elas armazenam apenas uma pequena quantidade de néctar no ninho, por isso precisam aproveitar ao máximo cada oportunidade de forragear.
– A pesquisa, financiada pelo BBSRC, é publicada na iScience.
Reescreva o texto para BR e mantenha a HTML tags