O narcótico conhecido como cloridrato de oxicodona ou “OxyContin” pelo nome comercial, é um analgésico vendido nos Estados Unidos e que, sob prescrição médica, é usado para aliviar dores intensas de neuralgia, artrite ou câncer.
Logo após a sua criação, perdeu o seu objetivo principal; porque pessoas viciadas passaram a consumi-la por seus efeitos semelhantes aos da heroína. A euforia que os causou foi o que os manteve em constante consumo e abuso.
Com base nesse preceito, as novas séries da plataforma de conteúdo sob demanda Netflixintitulado Analgésicofala sobre a criação desse opioide que, há alguns anos, causou uma grande crise de saúde pública e, presumivelmente, nas mãos da família Sackler.
A produção é baseada em fatos reais e inspirada nos livros: O Império da Dor: A História Secreta da Dinastia que Governou a Indústria Farmacêuticapor Patrick Radden Keefe; e Analgésico: Analgésico: Um Império de Decepção e as Origens da Epidemia opioides dos Estados Unidos, Barry Meier.
Na trama, Richard Sackler (Matthew Broderick) é o herdeiro de Arthur Sackler (interpretado por Clark Gregg), que dirige a empresa farmacêutica Purdue Pharma, a mesma que se dedicava ao estudo, pesquisa e comercialização do “OxyContin”.
À medida que a série avança, ele percebe como a droga começa a se incorporar na sociedade como um mal cada vez mais difícil de erradicar. Como se fosse uma novidade, parte da população passa a consumir esse entorpecente de forma alarmante.
A série limitada de Peter Berg mostra os métodos antiéticos que levaram à sua venda exacerbada nos EUA, até que a Purdue Pharma concorda em se declarar culpada em US$ 8,3 bilhões. Isso lhe renderia intermináveis ações judiciais para evitar novas penalidades, apesar de ter declarado falência.
A origem da fortuna dos Sackler sempre esteve em dúvida, pois eles eram os mais notórios benfeitores das artes e das ciências em Nova York; mais tarde saberiam que sua fortuna se multiplicou devido à crise dos opioides nos Estados Unidos.
Mais tarde, em 2021, um tribunal de Nova Iorque perdoaria multas de até 4,5 mil milhões de dólares; mas seria neste ano, em 2023, quando os pagamentos aumentariam para 6.000 milhões de dólares. Uma crise sem precedentes que supostamente acabou afundando a família Sackler, revela a série.
Vale ressaltar que o dono da empresa Arthur Sackler faleceu em 1987; enquanto o herdeiro, Richard, mora na Flórida e mantém um perfil bastante discreto e isolado de seus antigos negócios.
Ao contrário do que se possa pensar, a família Sackler ainda é bilionária; o problema do “Oxycontin” era apenas isso, um problema menor que desgastava algumas relações públicas. De acordo com o jornal O jornal New York Timessua fortuna está avaliada em mais de 11 bilhões de dólares.
O que é e como o “OxyContin” o afeta?
O Centro Nacional de Inteligência sobre Drogas do Departamento de Justiça dos EUA observa que o “OxyContin” é comercializado em comprimidos de 10, 20, 40 ou 80 miligramas. E o mais alarmante é que “quase 1 milhão de residentes nos EUA com 12 anos ou mais usaram o ‘OxyContin’ para fins não médicos pelo menos uma vez na vida”, de acordo com dados do Inquérito Nacional aos Agregados Familiares sobre o Abuso de Drogas.
O Centro garantiu ainda que as pessoas expostas a este medicamento desenvolvem tolerância ao mesmo, “o que significa que devem ser administradas doses cada vez mais elevadas para obter os mesmos efeitos”.
O abuso do cloridrato de oxicodona pode levar à dependência física e ao vício. Pessoas que se tornam dependentes ou viciadas na droga “experimentam sintomas de abstinência quando param de usá-la”, revelou o Departamento de Justiça.
De acordo com leis atuais, o abuso de “OxyContin” é ilegal; por se tratar de uma substância que consta do Anexo II da Lei de Substâncias Controladas, entre as quais também se destacam a cocaína e a metanfetamina.
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