O governo da Venezuela intensificou os esforços para restringir as liberdades democráticas com o uso de ameaças, vigilância e assédio, enquanto o presidente Nicolás Maduro enfrenta uma disputa de reeleição no próximo ano, relataram especialistas em direitos humanos apoiados pela ONU na quarta-feira.
Uma missão internacional de investigação autorizada pelo Conselho de Direitos Humanos observa que a repressão violenta entre 2017 e 2019 diminuiu após o início da pandemia de coronavírus no ano seguinte. Isso coincidiu com uma queda nos grandes protestos contra o governo. Um relatório da missão há três anos denunciou “crimes contra a humanidade” no governo de Maduro. Venezuela.
No período que antecedeu as eleições presidenciais de 2024, os especialistas alertaram que a interferência política tem aumentado. Observaram que três candidatos concorrendo à Plataforma Unitária da oposição — Henrique Capriles, Maria Corina Machado e Freddy Superlano — foram proibidos de participar. Outras figuras proeminentes já foram impedidas de ocupar cargos políticos.
Na esperança de “silenciar, desencorajar e sufocar” qualquer oposição, as autoridades restringiram as liberdades e reforçaram as restrições ao trabalho dos defensores dos direitos, dos grupos de defesa, dos sindicatos, dos meios de comunicação social e dos partidos políticos, afirmaram os especialistas.
“Ao criminalizar a participação em actividades legítimas, o Estado está a silenciar e a criar um efeito inibidor sobre qualquer pessoa que possa considerar participar em qualquer actividade que possa ser considerada crítica ao governo”, disse Patricia Tappata Valdez, um dos membros da missão.
Ela disse que a falta de independência das autoridades judiciais e eleitorais “sufoca e suprime o debate político”.
As facções da oposição têm organizado primárias políticas, apesar das restrições no sistema eleitoral que, segundo observadores independentes, dão vantagem ao partido socialista de Maduro.
A campanha surge num momento de crise económica e de inflação galopante na Venezuela que levou 7,3 milhões de pessoas a fugir para o estrangeiro.
O último relatório da missão, baseado em entrevistas e conversas com quase 300 pessoas, abrange um período de Janeiro de 2020 até ao mês passado. Lamentaram a falta de cooperação das autoridades venezuelanas.
Reescreva o texto para BR e mantenha a HTML tags