A Rússia afirmou no domingo ter testado com sucesso um míssil balístico intercontinental projetado para transportar ogivas nucleares de seu submarino nuclear Imperator Alexander III.
O teste ocorre em meio às crescentes tensões entre a Rússia e o Ocidente devido à invasão da Ucrânia, que durou 20 meses, por Vladimir Putin.
Moscovo aprovou uma lei na semana passada que retira a sua ratificação do tratado global que proíbe o acordo de armas nucleares – uma medida severamente criticada por Washington.
“O disparo de um míssil balístico é o elemento final dos testes estatais, após os quais será tomada a decisão de aceitar o cruzador na Marinha”, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.
O submarino disparou o míssil Bulava de uma posição subaquática no norte do Mar Branco, na Rússia, e atingiu um alvo na região do extremo leste da península de Kamchatka, informou o ministério, sem confirmar quando o teste foi realizado.
O míssil Bulava, de 12 metros de comprimento, tem um alcance estimado em cerca de 8.000 km e pode transportar até seis ogivas nucleares.
O Imperator Alexander III é um dos novos submarinos nucleares da classe Borei que carregam 16 mísseis Bulava cada e se destina a servir como o principal componente naval das forças nucleares do país. Também possui armas de torpedo modernas, disse o ministério.
Putin participou numa cerimónia em Dezembro que colocou o Imperador Alexandre III à tona, segundo a agência de notícias estatal TASS.
A marinha russa tem três submarinos nucleares da classe Borei em serviço, enquanto mais um está finalizando os testes e mais três estão em construção, disse o ministério.
Putin disse que a rescisão da ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) “espelharia” a posição assumida pelos EUA, que assinaram mas não ratificaram a proibição de testes nucleares.
No mês passado, Putin disse que estava não estou pronto para dizer se a Rússia deveria ou não retomar os testes nucleares. Ambas as casas do parlamento russo votaram no mês passado pela revogação da ratificação do projeto de lei por Moscou.
O CTBT proíbe todas as explosões nucleares em qualquer parte do mundo, mas o tratado nunca foi totalmente implementado. Foi adotado em 1996.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que a medida da Rússia “representa um passo significativo na direção errada, levando-nos mais longe, e não mais perto, da entrada em vigor. A acção da Rússia servirá apenas para diminuir a confiança no regime internacional de controlo de armas.”
“As autoridades russas dizem que a medida planeada pela Rússia para retirar a sua ratificação não significa que irá retomar os testes e instamos Moscovo a manter essas declarações”, acrescentou Blinken.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em entrevista transmitida no domingo que as relações com os Estados Unidos estavam abaixo de zero.
“As relações estão em zero – ou eu diria abaixo de zero”, disse Peskov, embora tenha acrescentado que em algum momento os líderes da Rússia e dos Estados Unidos terão de retomar o contacto.
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