Uma escola judaica em Montreal foi alvo de tiros no domingo, pela segunda vez em menos de uma semana, em meio ao aumento das tensões relacionadas ao conflito entre Israel e Gaza, informou a polícia.
A polícia recebeu uma chamada informando sobre tiros disparados por volta das 5h da manhã na área escolar de Yeshiva Gedola.
Ninguém ficou ferido, porém a fachada da Yeshiva Gedola de Montreal foi atingida. Marcas de bala e cartuchos foram encontrados após moradores relatarem ter ouvido tiros na manhã de domingo, conforme noticiou a CBC News no Canadá.
Cinco dias antes, um único tiro foi disparado contra a escola, conforme informaram veículos de comunicação locais. Na mesma noite, outra escola – Talmud Torah Elementary de Montreal – também foi alvo de tiros, e ambas relataram ter encontrado um buraco de bala nas portas da frente na manhã de quinta-feira, de acordo com a mídia local.
Os incidentes envolvendo as escolas judaicas não tiveram sua relação esclarecida.
“Estamos preocupados com a segurança de nossos filhos”, disse Mikael Ohana, cujos filhos frequentam a escola Yeshiva Gedola de Montreal, à CBC News. “São crianças sendo afetadas. Estas não são pinturas de graffiti. São balas reais em uma escola real. E as crianças estão lá, desde bebês até adolescentes.”
Na quarta-feira, uma briga violenta na Universidade Concordia entre pessoas alinhadas com lados opostos do conflito em Israel e Gaza resultou em feridos e uma prisão, conforme noticiou a CBC News.
Mayer Feig, membro do Conselho de Judeus Hassídicos de Quebec, afirmou que os tiros contra as escolas têm como objetivo intimidar a população judaica na cidade, segundo a agência de notícias.
Na manhã de quinta-feira, o primeiro-ministro Justin Trudeau emitiu uma declaração condenando a violência.
“Eu sei que as emoções estão altas e as pessoas estão assustadas. Mas atacar uns aos outros não é quem somos como canadenses”, disse ele. “Se em algum lugar do mundo vamos começar a construir os tipos de entendimentos que precisaremos para ver uma resolução pacífica no Médio Oriente… isso começa num lugar como o Canadá.”
Em Toronto, a polícia relatou que os crimes de ódio contra judeus e muçulmanos mais do que duplicaram o número de todo o ano de 2022 nas três semanas após o ataque inicial do Hamas, em 7 de Outubro, uma preocupação que também foi partilhada por Trudeau na última quarta-feira.
Ele disse que o país tem uma longa tradição de coexistência pacífica e que é “responsabilidade de cada canadense ver como estamos reconhecendo a dor e medo uns dos outros e seguir em frente”.
Israel afirma que o ataque do grupo militante palestino Hamas matou cerca de 1.200 pessoas e mais de 240 foram feitas reféns. O bombardeio israelense que se seguiu à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, matou mais de 10 mil pessoas, de acordo com as autoridades de saúde palestinas.