Durante o seu primeiro mandato como presidente dos EUA, Donald Trump disse que avisou os aliados da NATO que deixaria a Rússia “fazer o que quiserem” com países que são “delinquentes”.
Falando num comício na Carolina do Sul no sábado, o líder republicano contou ter dito ao presidente de um membro não identificado da OTAN que “encorajaria” a Rússia a fazer o que desejasse aos membros que não conseguissem cumprir as metas de gastos de defesa da aliança transatlântica.
“’Você não pagou? Você é delinquente?’…’Sim, digamos que isso aconteceu.’ Não, eu não protegeria você. Na verdade, eu os encorajaria a fazer o que quisessem. Você tem que pagar”, contou Trump ao membro da Otan.
O porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, disse que os comentários de Trump foram “terríveis e desequilibrados”.
“Encorajar invasões dos nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é terrível e desequilibrado – e põe em perigo a segurança nacional americana, a estabilidade global e a nossa economia interna”, disse Bates.
Trump zomba do marido de Nikki Haley por ser enviado ao exterior
O tratado da OTAN contém uma disposição que garante a defesa mútua caso qualquer um dos seus estados membros seja atacado.
Os membros da NATO também concordaram, após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, que a aliança suspenderia os anteriores cortes nas despesas e passaria a gastar 2% do seu PIB na defesa até 2024.
Mas Trump foi um crítico feroz da NATO durante o seu mandato como presidente dos EUA, de 2016 a 2020, ameaçando mesmo retirar-se da aliança em diversas ocasiões.
Também cortou o financiamento da defesa à aliança e queixou-se de que os EUA estavam a pagar mais do que a sua parte justa.
Quando Joe Biden derrotou Trump nas eleições de 2020 e assumiu o cargo em 2021 como o próximo presidente, o democrata restaurou as alianças dos EUA e garantiu que a NATO fosse “a maior e mais vital que alguma vez foi”, disse Bates.
“Em vez de apelar à guerra e promover o caos perturbador, o presidente Biden continuará a reforçar a liderança americana e a defender os nossos interesses de segurança nacional e não contra eles”, disse Bates.
O antigo presidente, no entanto, continua a criticar a NATO, dizendo num comício de campanha no mês passado que acreditava que a aliança transatlântica não apoiaria os EUA se fosse atacada.
Ele também reclamou dos bilhões que os EUA gastaram até agora na guerra da Rússia na Ucrânia e pediu o fim da ajuda externa.
“Deste ponto em diante… nenhum dinheiro sob a forma de ajuda externa deve ser dado a qualquer país, a menos que seja feito como um empréstimo, e não apenas como uma doação”, escreveu Trump na sua rede social.