Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, está enfrentando uma acusação por supostamente falsificar os registros de suas vacinas Covid-19.
A Polícia Federal alega que Bolsonaro falsificou informações no banco de dados de saúde pública do país em dezembro de 2022 para dar a impressão de que ele, sua filha e vários outros aliados próximos tinham recebido a vacina Covid-19, de acordo com a agência de notícias Reuters. Ele também está enfrentando acusações de associação criminosa.
Essa acusação surge após uma extensa investigação da Polícia Federal sobre se Bolsonaro falsificou seu cartão de vacina Covid-19 para burlar os requisitos dos EUA. Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, também foi indiciado como parte dessa investigação após sua prisão no ano passado, segundo a Reuters.
No ano passado, Bolsonaro negou todas as alegações de falsificação de dados e afirmou nunca ter sido vacinado.
Um analista jurídico disse à AP que, se condenado por falsificar dados de saúde, Bolsonaro pode pegar de dois a doze anos de prisão. Enquanto isso, a acusação de associação criminosa acarreta uma pena de quatro anos, segundo o analista.
O ex-presidente sempre rejeitou a vacina contra a Covid-19, defendendo o uso da hidroxicloroquina, um medicamento também elogiado por Donald Trump. No entanto, a hidroxicloroquina, um medicamento antimalária, não é eficaz contra a Covid-19.
No auge da pandemia, Bolsonaro também ignorou e-mails da Pfizer oferecendo a venda de milhões de vacinas para o país em 2020, de acordo com a AP. Em 2021, o ex-presidente enfrentou acusações de corrupção após finalmente adquirir vacinas da farmacêutica indiana Bharat Biotech. Na época, um funcionário do Ministério da Saúde afirmou ter se sentido pressionado a aprovar o acordo, apesar das irregularidades nas faturas.
Tanto Bolsonaro quanto a empresa negaram qualquer irregularidade.
O ex-presidente também está enfrentando diversos desafios legais distintos. No ano passado, um painel de juízes proibiu Bolsonaro de concorrer a cargos até 2030, após decidir que ele abusou de seu poder durante as eleições de 2022 e lançou dúvidas infundadas sobre os sistemas de votação eletrônica do país.
A Polícia Federal também está investigando Bolsonaro por seu suposto envolvimento em uma série de ataques a prédios do governo em 8 de janeiro de 2023 por seus apoiadores, após sua derrota nas eleições para Luiz Inácio Lula da Silva. Ele negou qualquer envolvimento. No início deste ano, investigadores federais deflagraram a “Operação Tempus Veritatis” – “Hora da Verdade” em latim – realizando dezenas de buscas e prendendo vários aliados de Bolsonaro.
O senhor Bolsonaro sempre se alinhou com Trump e a extrema direita americana. No ano passado, ele participou de vários eventos conservadores, incluindo a Conferência de Ação Política Conservadora de 2023. Ele também fez comentários do lado de fora de um hotel de Trump em Miami, Flórida, em um evento organizado pelo ativista conservador Charlie Kirk.