O senador independente de Vermont, Bernie Sanders, afirmou que Israel está se tornando um país fundamentalista religioso sob o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Segundo Sanders, o Israel atual é muito diferente do que era há 20 ou 30 anos, tornando-se uma nação de direita que caminha para um viés fundamentalista religioso. Ele ressalta que alguns líderes acreditam que têm o direito divino de controlar toda a região.
Sanders tem sido crítico da guerra entre Israel e o Hamas, que teve início em 7 de outubro, quando militantes do Hamas atacaram Israel, resultando em cerca de 1.200 mortes e 200 reféns. Desde então, mais de 32 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos em ataques israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas. Atualmente, metade da população de Gaza enfrenta a iminência da fome, conforme alertado pelas Nações Unidas.
O senador destacou a atrocidade cometida pelo Hamas, mas ressaltou que Israel tem o direito de se defender, porém não tem o direito de declarar guerra contra todo o povo palestino. Ele enfatizou que dois terços das vítimas são mulheres e crianças, o que ele considera inaceitável.
Sanders manifesta sua intenção de acabar com o financiamento à máquina de guerra de Netanyahu, referindo-se à ajuda financeira dos EUA a Israel. Ele foi um dos quatro membros democratas do Senado que votaram contra um pacote de segurança nacional que incluía ajuda para Ucrânia, Israel e Taiwan. Apesar disso, Sanders ainda não pediu um cessar-fogo permanente em Gaza.
O apoio nos EUA à posição de Sanders tem crescido, com 55% desaprovando a ofensiva de Israel em Gaza, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Gallup. Esta é a primeira vez que a maioria dos americanos não apoia a guerra, marcando uma mudança significativa em relação a pesquisas anteriores.
A administração Biden também começou a alterar sua posição em relação à ajuda aos palestinos, culminando na recusa do veto dos EUA à resolução do Conselho de Segurança da ONU, exigindo um cessar-fogo imediato na guerra em Gaza. Netanyahu criticou a resolução, alegando que não levaria à libertação de reféns.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que o número de mortos civis em Gaza é muito alto e fez um apelo a Israel para aumentar a ajuda humanitária permitida na região. Essas declarações foram feitas antes de uma reunião com autoridades israelenses.