Mais de 50 manifestantes anti-Israel foram presos após invadirem um prédio de escritórios do Senado, fazendo com que o refeitório fosse brevemente fechado.
Imagens publicadas nas redes sociais na terça-feira mostraram a manifestação, na qual dezenas de manifestantes foram vistos gritando “O Senado não pode comer até que Gaza coma!”
Mais tarde, os manifestantes foram vistos desfraldando uma grande faixa roxa que dizia “Cristãos por uma Palestina Livre”. Outro dizia “Partir o pão, não os corpos”.
O grupo de campanha Cristãos por uma Palestina Livre recebeu o crédito por orquestrar a manifestação ao lado da CodePink, uma organização feminista de base que se autodenomina e que já causou perturbações nas audiências do Congresso.
Os grupos pressionavam para que o Congresso apoiasse um cessar-fogo, restaurasse a ajuda à Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas (UNRWA) e acabasse com a ajuda militar a Israel.
O protesto ocorreu por volta das 12h30 horário do leste dos EUA, dentro do Dirksen Senate Office Building. Outras imagens posteriores mostraram manifestantes sendo levados por policiais algemados.
“Aproximadamente 50 pessoas foram presas por se manifestarem ilegalmente dentro do Dirksen Senate Office Building esta tarde. É ilegal manifestar-se dentro de qualquer um dos edifícios do Congresso”, disse a Polícia do Capitólio em comunicado compartilhado com O Washington Post.
Os Cristãos por uma Palestina Livre partilharam mais tarde nas redes sociais que todos os detidos tinham sido libertados – estimando que cerca de 55 ativistas, incluindo cerca de 30 membros ordenados do clero, tinham sido detidos.
“Mais de 50 líderes cristãos de todos os EUA bloquearam de forma não violenta a Cafeteria do Senado para pressionar o Senado e seus funcionários a apoiar um cessar-fogo permanente em Gaza, restaurar a ajuda à UNRWA e acabar com o financiamento militar a Israel”, disse a organização ao Publicar.
“Eles anunciaram que não sairiam nem deixariam ninguém buscar comida na cafeteria do Senado até que alimentos nutritivos fossem enviados para Gaza e os EUA parassem de financiar as bombas que mataram mais de 33 mil palestinos.”
O Independente entrou em contato com a Polícia do Capitólio para obter mais informações sobre o incidente.
A manifestação surge no momento em que Joe Biden disse que a abordagem de Benjamin Netanyahu à guerra em Gaza foi um “erro”, numa das suas mais fortes repreensões à resposta do primeiro-ministro israelita ao conflito em curso até agora.
O presidente fez as observações durante uma entrevista à Univision, transmitida na noite de terça-feira, na qual disse que os recentes ataques com mísseis contra comboios de ajuda humanitária no Oriente Médio eram “ultrajantes” e apelavam à suspensão dos combates.
“Não concordo com a abordagem dele”, disse ele, acrescentando: “Acho ultrajante que aqueles quatro, três veículos tenham sido atingidos por drones e levados para uma rodovia onde não era como se fosse ao longo da costa, era não era como se houvesse um comboio se movendo para lá.”