O primeiro-ministro do Haiti demitiu-se recentemente, abrindo espaço para a formação de um novo governo em meio à violência generalizada das gangues que assolam o país. Mais de 2.500 pessoas foram mortas ou feridas de janeiro a março, de acordo com dados da ONU.
Ariel Henry apresentou sua renúncia em uma carta assinada em Los Angeles, datada de 24 de abril, e divulgada por seu gabinete. Enquanto isso, o ministro da Economia e Finanças, Michel Patrick Boisvert, foi escolhido como primeiro-ministro interino pelo gabinete restante de Henry.
Um conselho de transição foi empossado para escolher um novo primeiro-ministro e gabinete para o Haiti. Além disso, espera-se que este conselho ajude a definir a agenda de um novo Gabinete, nomeie uma comissão eleitoral provisória e estabeleça um conselho de segurança nacional.
As gangues têm lançado ataques coordenados, que resultaram na queima de delegacias de polícia, hospitais, fechamento do principal aeroporto internacional e invasão das maiores prisões, libertando milhares de presos. Essas ações também bloquearam o acesso ao maior porto do Haiti.
A comunidade internacional pediu prioridade à insegurança generalizada no Haiti, visto que as gangues já controlavam 80% de Porto Príncipe antes mesmo dos ataques recentes. A situação se agravou consideravelmente, com um aumento de mais de 50% no número de mortes em relação ao mesmo período do ano anterior.
Milhares de haitianos fugiram da capital em busca de segurança, enquanto outros que perderam suas casas para incêndios causados pelas gangues vivem em abrigos superlotados. A situação humanitária é crítica, com falta de comida, água e condições adequadas de higiene.
Essa realidade deixa os haitianos irritados e exaustos, culpando as gangues por sua situação. Muitos se sentem abandonados e descrevem suas vidas como um pesadelo, lutando para sobreviver em meio ao caos e violência.
A crise no Haiti exige uma resposta urgente e coordenação internacional para restaurar a segurança e estabilidade no país. A renúncia do primeiro-ministro é apenas o primeiro passo para a reconstrução e recuperação dessa nação devastada pela violência das gangues.
(Crédito da imagem: Independent.co.uk)