Se a guerra Israel-Hamas terminasse hoje, ainda demoraria até 2040 para reconstruir todas as casas que foram destruídas em quase sete meses de bombardeamentos e ofensivas terrestres de Israel no território, segundo estimativas das Nações Unidas divulgadas quinta-feira.
Os Estados Unidos pressionaram Israel para aumentar as entregas de ajuda durante a guerra e, na quarta-feira, Israel reabriu uma passagem de fronteira com o norte da Faixa de Gaza, duramente atingido, pela primeira vez desde que foi danificada no início da guerra.
Entretanto, na sua sétima visita desde o início da última guerra entre Israel e o Hamas, em Outubro, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pressionou por um acordo de cessar-fogo. A trégua proposta libertaria os reféns detidos pelo Hamas em troca da suspensão dos combates e da entrega de alimentos, medicamentos e água tão necessários a Gaza. Espera-se também que os prisioneiros palestinos sejam libertados como parte do acordo.
Em 7 de outubro, militantes palestinos lançaram um ataque sem precedentes no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas – a maioria civis – e sequestrando cerca de 250 reféns. Israel diz que militantes ainda mantêm cerca de 100 reféns e os restos mortais de mais de 30 outras pessoas.
O número de mortos em Gaza é de mais de 34.500 palestinos, segundo autoridades de saúde locais, enquanto o território enfrenta uma catástrofe humanitária. A guerra expulsou cerca de 80% da população de Gaza, de 2,3 milhões, das suas casas, causou uma vasta destruição em várias vilas e cidades e empurrou o norte de Gaza à beira da fome.
Atualmente:
— A cobertura ininterrupta da guerra entre Israel e Hamas no Oriente Médio faz uma pausa para protestos e ação policial nas escolas dos EUA.
— O presidente da Colômbia diz que o país romperá relações diplomáticas com Israel por causa da guerra em Gaza.
— A administração Biden está avaliando medidas para ajudar os palestinos a trazerem famílias da região.
— Blinken pressiona o Hamas para selar o cessar-fogo com Israel, dizendo “agora é a hora” de um acordo.
Acompanhe a cobertura da guerra pela AP em https://apnews.com/hub/israel-hamas-war
Aqui estão as últimas:
MINISTÉRIO DA SAÚDE ADICIONA 28 PESSOAS AO NÚMERO DE MORTOS NA GUERRA ISRAEL-HAMAS EM GAZA
BEIRUTE – O Ministério da Saúde de Gaza disse na quinta-feira que os corpos de 28 pessoas mortas por ataques israelenses foram levados a hospitais locais nas últimas 24 horas. Os hospitais também receberam 51 feridos, informou o relatório diário.
Isso eleva o número total de mortos palestinos na guerra Israel-Hamas para pelo menos 34.596, disse o ministério, e 77.816 feridos. O Ministério da Saúde não faz distinção entre combatentes e civis nos seus cálculos, mas afirma que as mulheres e as crianças representam cerca de dois terços dos mortos.
Os militares israelitas afirmam ter matado cerca de 13 mil militantes, sem fornecer provas que sustentem a afirmação.
O COMBATE EM GAZA DESTRUIU MAIS DE 370.000 CASAS E LEVARÁ PELO MENOS 2040 PARA REPARAR, DIZ RELATÓRIO DA ONU
AMÃ, Jordânia – Se a guerra em Gaza terminasse hoje, ainda demoraria até 2040 para reconstruir todas as casas que foram destruídas em quase sete meses de bombardeamentos e ofensivas terrestres de Israel no território, de acordo com estimativas das Nações Unidas divulgadas quinta-feira.
“Cada dia a mais que esta guerra continua impõe custos enormes e crescentes aos habitantes de Gaza e a todos os palestinos”, disse o Administrador do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Achim Steiner.
Pelo menos 370 mil unidades habitacionais em Gaza foram danificadas, incluindo 79 mil completamente destruídas, de acordo com o novo relatório do PNUD e da Comissão Económica e Social para a Ásia Ocidental, que detalha como o ataque de Israel, lançado após o ataque do Hamas em 7 de Outubro, devastou a economia dos territórios palestinos e como o impacto aumentará à medida que o conflito durar.
Após conflitos anteriores entre Israel e Hamas, as habitações foram reconstruídas a uma taxa de 992 unidades por ano. Mesmo que Israel permita um aumento de cinco vezes na entrada de material de construção em Gaza, demoraria até 2040 para reconstruir as casas destruídas, sem reparar as danificadas, afirma o relatório.
Em Gaza, a ofensiva israelita praticamente paralisou a economia, que contraiu 81% no último trimestre de 2023. O relatório afirma que a “base produtiva da economia foi destruída”, com sectores a sofrer perdas superiores a 90%.
Gaza, onde vivem cerca de 2,3 milhões de palestinianos, está sob bloqueio de Israel e do Egipto desde a tomada do poder pelo Hamas em 2007, impondo controlos rigorosos sobre o que entra e sai do território. Mesmo antes da guerra, enfrentava um “hiperdesemprego” de 45%, atingindo quase 63% entre os trabalhadores mais jovens. Desde o início da guerra, perdeu cerca de 201 mil empregos.
A guerra também teve impacto na Cisjordânia, onde durante meses Israel impôs restrições à circulação. Em 2024, toda a economia palestiniana – incluindo Gaza e a Cisjordânia – contraiu até agora 25,8% e, se a guerra continuar, a perda atingirá 29% em Julho, o equivalente a 7,6 mil milhões de dólares, afirma o relatório.
HAMAS ELOGIA DECISÃO DA COLÔMBIA DE ROMPAR RELAÇÕES COM ISRAEL
BEIRUTE – O grupo militante palestino Hamas elogiou o anúncio da Colômbia de que romperia relações com Israel, dizendo que tal medida é um reconhecimento do sofrimento do povo palestino.
Na sua declaração de quinta-feira, o Hamas apelou a outros líderes da América Latina para cortarem as relações diplomáticas dos seus países com Israel, que descreveu como “uma entidade desonesta…