O custo da energia solar caiu quase 90 por cento ao longo da última década, de acordo com uma nova investigação, levando-a a um nível chave que tornará a energia gerada por combustíveis fósseis já não viável economicamente.
Cálculos do Mercator Research Institute on Global Commons and Climate Change (MCC), com sede em Berlim, concluíram que a queda vertiginosa do preço da electricidade produzida por painéis solares – queda de 87% desde 2013 – significa que a transição para fontes de energia renováveis é “mais barata do que o esperado”.
A queda dos custos das baterias e de outras tecnologias renováveis também poderá ajudar a impulsionar a tendência para uma energia mais limpa e para o cumprimento das metas climáticas.
“Alguns cálculos sugerem mesmo que todo o consumo mundial de energia em 2050 poderia ser total e economicamente coberto pela tecnologia solar e outras energias renováveis”, disse Felix Creutzig, que liderou a investigação.
“Este é um cenário extremamente otimista – mas ilustra que o futuro está aberto. A ciência climática, que fornece orientação aos decisores políticos nos seus modelos de cenários, deve reflectir o progresso técnico o mais fielmente possível.”
A publicação da pesquisa segue uma análise recente que mostrou que o custo das baterias caiu quase 10% no mês passado.
A empresa de análise de energia Benchmark Mineral Intelligence disse que a queda para menos de US$ 100/quilowatt-hora (kWh) em agosto fez com que as baterias ultrapassassem um “ponto de inflexão” que coloca os veículos elétricos (EVs) em paridade de preço com os veículos que queimam combustíveis fósseis.
Além de acelerar a transição para os VE, a queda nos preços das baterias também constitui um grande impulso para as tecnologias de energias renováveis, como as instalações solares e eólicas, uma vez que utilizam baterias para armazenar o excesso de energia durante períodos de sobreprodução.
A queda dos custos das tecnologias renováveis tem sido atribuída a avanços científicos que as tornam mais eficientes, bem como à diminuição dos custos das matérias-primas.
“As emissões de gases com efeito de estufa são mais elevadas do que nunca e as medidas tomadas até agora são demasiado fracas, mas nesta situação politicamente difícil, o progresso tecnológico proporciona um raio de esperança”, disse Jan Minx, chefe do grupo de trabalho de Ciência Aplicada à Sustentabilidade do MCC e um dos os líderes das pesquisas mais recentes.
“Novos modelos de cenários, alguns dos quais estão a começar a ser explorados, irão provavelmente demonstrar, num futuro próximo, que a transição climática global poderá não ser tão dispendiosa como se supunha anteriormente, e poderá mesmo ser uma poupança de custos – desde que seja finalmente abordada.”
A pesquisa foi detalhada em um estudointitulado ‘A inovação tecnológica permite a mitigação das alterações climáticas de baixo custo’, que foi publicado na revista Pesquisa Energética e Ciências Sociais.
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