O presidente Vladimir Putin recrutou um ex-assessor do falecido chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, para supervisionar unidades de combatentes mercenários na Ucrânia.
O presidente russo se encontrou com Andrei Troshev, conhecido por seu nome de guerra “Sedoi” ou “cabelos grisalhos”, junto com o vice-ministro da Defesa, Yunus-Bek Yevkurov, na noite de quinta-feira, informou o Kremlin em comunicado.
O Sr. Putin teria dito que eles haviam falado sobre como “unidades voluntárias que podem realizar diversas tarefas de combate, sobretudo, é claro, na zona da operação militar especial”.
“Você mesmo luta nessa unidade há mais de um ano”, disse o presidente.
“Você sabe o que é, como é feito, sabe das questões que precisam ser resolvidas com antecedência para que o trabalho de combate corra da melhor maneira e com mais sucesso”.
A reunião parecia ser uma tentativa do Kremlin de mostrar que Putin havia recuperado o controle sobre o grupo mercenário desde a morte de Prigozhin num acidente de avião em agosto, após um motim fracassado contra Moscou.
Prigozhin alegou que o motim, que foi abortado antes de chegar a Moscovo, não tinha como objectivo derrubar Putin, mas sim acertar contas com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e com o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov.
Nos últimos meses, o presidente ordenou aos mercenários de Wagner que assinassem um juramento de lealdade ao Estado russo – uma medida a que Prigozhin se opôs.
Troshev “traiu” o breve motim de Prigozhin contra Moscou depois de ganhar o favor de Putin ao transferir informações privilegiadas para o Ministério da Defesa russo, afirmou o canal de investigação Gulagu.net em julho.
Membros da companhia militar do Grupo Wagner sentam-se em cima de um tanque em uma rua em Rostov-on-Don, Rússia
(AP)
Acredita-se que Wagner será agora supervisionado por Troshev e Yevkurov, que viajaram para vários países nos últimos meses onde os mercenários trabalharam.
Troshev nasceu em Leningrado – o nome da era soviética para a cidade natal de Putin, São Petersburgo – e já foi fotografado com o presidente.
Ele lutou no Afeganistão durante a guerra de uma década da União Soviética. Após a queda da União Soviética, serviu no Norte do Cáucaso com o exército russo e depois na SOBR, uma unidade de forças especiais de reação rápida do Ministério do Interior russo. Ele era comandante da unidade.
Pelo seu serviço no Afeganistão, o Sr. Troshev foi condecorado duas vezes com a condecoração militar da Ordem da Estrela Vermelha. Foi galardoado com a medalha mais alta da Rússia – Herói da Rússia – em 2016 pela tomada de Palmira, na Síria, contra militantes do Estado Islâmico.
Várias centenas de combatentes do grupo Wagner regressaram ao campo de batalha na Ucrânia para lutar pela Rússia, afirmou Kiev.
“Registramos a presença de no máximo várias centenas de combatentes da antiga Wagner PMC (empresa militar privada)”, disse o porta-voz do comando militar oriental, Serhiy Cherevatyi.
Esses combatentes Wagner estavam espalhados em diferentes lugares e não faziam parte de uma única unidade, e não tiveram impacto significativo, disse ele.
“Eles não constituem nenhuma força integral, sistemática e organizada”, disse o porta-voz. “Como se costuma dizer – fim do jogo. Estes são remanescentes patéticos, nada de bom os espera aqui.”
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