O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, anunciou que os envios de armas nucleares táticas para implantação no seu país estão completos, marcando a primeira colocação deste tipo fora das fronteiras da Rússia.
Isto suscitou preocupações na Polônia e em outros países da região.
Os carregamentos destas armas nucleares tácticas foram concluídos em Outubro, revelou Lukashenko numa reunião de um bloco econômico liderado por Moscou em São Petersburgo. No entanto, ele não compartilhou mais detalhes sobre a quantidade de armas enviadas e seus locais específicos de implantação.
As tropas russas estacionadas na Bielorrússia invadiram a Ucrânia pelo norte durante os primeiros dias da guerra, em Fevereiro do ano passado, mas não se sabe que as forças bielorrussas tenham participado ativamente.
Lukashenko justifica a hospedagem de armas nucleares russas em solo bielorrusso como um elemento dissuasor contra a agressão por parte da Polônia, membro da NATO.
Estas armas nucleares tácticas de curto alcance, designadas para utilização no campo de batalha, têm um baixo rendimento de cerca de 1 quiloton e impacto em comparação com ogivas nucleares mais poderosas instaladas em mísseis de longo alcance.
No início deste ano, Lukashenko confirmou o movimento de armas nucleares tácticas da Rússia para a Bielorrússia, na primeira implantação deste tipo em solo estrangeiro desde a queda da União Soviética em 1991. A Rússia disse que manterá o controle sobre as armas colocadas na Bielorrússia.
Em Maio, os dois países assinaram um acordo que formaliza a transferência das armas, embora o controle sobre a sua utilização permaneça nas mãos do Kremlin.
A medida foi denunciada pela Casa Branca como um “exemplo de [Moscow] fazendo escolhas irresponsáveis e provocativas”.
Os EUA acreditam que a Rússia possui cerca de 2.000 armas nucleares táticas, que incluem bombas que podem ser transportadas por aeronaves, ogivas para mísseis de curto alcance e munições de artilharia. Essas armas têm um alcance relativamente curto e rendimentos inferiores aos das ogivas nucleares instaladas em mísseis estratégicos de longo alcance. Os EUA têm aproximadamente 200 destas armas táticas, metade delas estacionadas em bases na Europa.
A Bielorrússia compartilha fronteiras com três membros da NATO – Polônia, Lituânia e Letônia. Destes, a Polônia é um aliado ativo de Kiev e oferece ao seu vizinho apoio militar, humanitário e político na luta contra a invasão da Rússia. A Polônia também participa em sanções internacionais contra a Rússia e a Bielorrússia.