Os cães são capazes de entender as intenções humanas e reagir de acordo, sugere um novo estudo publicado na quarta-feira.
As conclusões do estudo comportamental, apresentadas na revista Anais da Royal Society B: Ciências Biológicas, sugerem que os cães mostram mais paciência quando as pessoas são desajeitadas ou incapazes de alimentá-los em comparação com quando não estão dispostos e optam por provocá-los.
Pesquisadores do Clever Dog Labs da Universidade de Medicina Veterinária de Viena observaram de perto as reações de quase 100 cães a pessoas que os alimentavam com fatias de salsicha.
No estudo, os cientistas se comportaram de maneira diferente com os cães – às vezes deixando cair as guloseimas de forma desajeitada para que os amigos de quatro patas não pudessem alcançá-los e às vezes provocando os caninos segurando a salsicha na frente deles e puxando-a rapidamente.
Em uma interação com os cães, os pesquisadores também tentaram empurrar a salsicha através de um painel de acrílico.
Os resultados indicam que os cães mostram mais paciência com pessoas inábeis do que com as impróprias.
Estudos anteriores estabeleceram o estreito vínculo social entre humanos e caninos, mas os pesquisadores têm uma compreensão limitada de como os cães compreendem a intenção humana.
O novo estudo rastreou os movimentos do corpo dos cães usando oito câmeras enquanto os pesquisadores ofereciam comida aos caninos de diferentes maneiras.
Os cientistas acompanharam as reações dos caninos em um período de 30 segundos, quando os cães tiveram que esperar para receber sua comida.
Os pesquisadores puderam rastrear os padrões de comportamento exibidos pelos cães usando um algoritmo de aprendizado de máquina treinado para detectar e seguir pontos específicos nos corpos dos cães.
O novo estudo descobriu que os cães reagiram de maneira diferente a essa “falta de jeito”, “provocação” e “incompetência” exibidas pelos pesquisadores.
Quando provocados, os cientistas dizem que os cães desviavam o olhar, deitavam-se em frustração ou corriam para seus donos com mais frequência do que se os comportamentos fossem apenas desajeitados.
Dizem que os cães eram os menos capazes de observar quando os humanos exibiam incapacidade absoluta quando queriam espremer a linguiça pela vidraça.
“Nosso estudo fornece evidências de que os cães discriminam entre ações humanas superficialmente semelhantes que levaram ao mesmo resultado, mas diferiram acentuadamente em termos de intenções subjacentes”, escreveram os cientistas no estudo.
“Os cães se comportaram como se entendessem as intenções subjacentes, por exemplo, esperando mais tempo que a comida chegasse do desajeitado do que do humano provocador”, observaram.
No final do estudo, como recompensa pela paciência, cada cão foi recompensado com duas guloseimas sem provocação, dizem os pesquisadores.